sábado, outubro 20, 2012

Gerações sem cáries




A educação odontológica infantil é o início de uma mudança de pensamento da população. As crianças crescem conscientes da importância da prevenção, e da responsabilidade delas e dos pais, no sucesso desse objetivo. Com a prevenção odontológica, que muitas vezes tem início na escola, já existem gerações, jovens de 18, 20 anos que nunca tiveram cáries, e com uma relação muito mais saudável com o dentista. Quem responde sobre o assunto é a odontopediatra Ana Rosa Kuymjian Albieri.

Parcerias do Bem - É possível crescer sem cáries?

Ana Rosa - Graças à parceria firmada com pais e algumas escolas, que confiam e acreditam na prevenção como fator determinante neste processo, felizmente já temos vários adultos que nunca tiveram cáries. É importante destacar o papel dos pais, porque o mérito desta conquista se deve mais a eles do que aos próprios dentistas, pois tiveram uma atitude inteligente optando pela prevenção odontológica. A participação do dentista na escola visa mudar o comportamento das crianças pré-escolares e do ensino fundamental quanto aos problemas de saúde bucal. Há anos desenvolvo este trabalho em várias escolas de Rio Preto, e tenho observado ótimos resultados. A geração, que desde criança, teve embutida a postura preventiva, continua visitando os consultórios regularmente, e já trazem seus filhos para que possam ser cuidados desde bebês.

PB - É fácil desenvolver a prevenção odontológica em crianças? A criança não tem "medo" do dentista"?

Ana Rosa - Os métodos aplicados partem do princípio da motivação para educar e convencer de forma lúdica, com o auxílio de filmes, histórias, teatros e desenhos. Esses instrumentos são de grande ajuda para trabalhar questões como o uso da chupeta, os hábitos de roer unhas, chupar o dedo, tomar mamadeira, até pontos mais específicos como técnicas de escovação e a realização de exame clínico. É importante observar que a motivação deve ser compatível com a idade da criança.O programa preventivo consiste em visitas regulares que podem ser mensais, bimestrais ou trimestrais. O especialista deve analisar o risco de cárie, dieta, higiene e outros fatores, que irão determinar o tempo ideal para o retorno. Os pacientes passam pela profilaxia, aplicação de flúor de acordo com a idade e tempo de retorno, selantes, exame clínico e orientação para os cuidados em casa. Dessa forma, com a ajuda dos pais, dificilmente a criança apresentará cáries. Não há desculpa de hereditariedade. O que é passado de uma geração para outra são hábitos e costumes de higiene bucal, muitas vezes, incorretos.

PB - O que é mito e o real com relação aos cuidados odontológicos?

Ana Rosa - Alguns cuidados fazem toda a diferença para termos filhos sem cáries, entre elas a primeira visita ao dentista que deve acontecer antes da erupção do primeiro dentinho, o que normalmente não acontece por desconhecimento dos pais. A partir dos primeiros dentinhos, a criança deve começar a frequentar o consultório para se acostumar com o ambiente. Aos pais, cabe supervisionar a limpeza dos dentes dos seus filhos. Especialmente, a última escovação do dia. Apesar dos dentes de leite serem temporários eles têm sua função e devem ser preservados. Os pais precisam estar conscientes sobre isso, e evitar que seus filhos sintam dor, e só depois procurarem o dentista. As gestantes devem receber orientação sobre dieta, flúor, higiene oral sua e do bebê e a importância da amamentação. Para os recém-nascidos o leite materno é de grande importância, e a sucção do seio criará hábitos corretos de engolir. Após a amamentação, a boquinha do bebê deve ser higienizada, com uma gaze úmida. Não passe mel ou açúcar nas chupetas e bicos de mamadeiras. À medida que a criança cresce, deve adquirir o hábito de escovar seus próprios dentes. Os adultos devem escovar os dentes na presença da criança, que deve ter uma escova nas mãos, e terá vontade de imitá-los. Os doces devem ser evitados, principalmente entre as refeições.

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