"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original", Albert Einstein
domingo, setembro 16, 2012
Voluntariado
Felizmente, no Brasil e no mundo, cada vez mais pessoas são contagiadas pelo trabalho social, dedicando parte do seu tempo a atividades de voluntariado. Estima-se que no Brasil cerca de 22,6% da população adulta esteja nesse grupo, de acordo com pesquisa realizada pelo ISER - Instituto de Estudos de Religião. No final de agosto (28), tivemos o Dia Nacional do Voluntariado, e em 05 de dezembro, temos o Dia Internacional do Voluntário, instituído pela ONU, Organização das Nações Unidas. Segundo definição da ONU, "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos". O atendimento humanizado a pacientes e familiares é o principal objetivo do Grupo de Voluntários da Unidade Regional de Radioterapia e Megavoltagem (URRMEV), de Rio Preto. Atualmente a instituição atende cerca de 200 pacientes, da cidade e da Região. Para distrair e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, cerca de 20 voluntários se revezam nas atividades que acontecem na instituição, de segunda a quinta-feira. Acompanhe entrevista com Ana Maria Garcia Cardoso, radioncologista da instituição e coordenadora das atividades.
Parcerias do Bem - Há quanto tempo existe o Grupo de Voluntários da Urrmev e qual o principal objetivo?
Ana Maria Garcia Cardoso - O Grupo de Voluntários da URRMEV conta com a colaboração da assistente social Tatiana Moreno e é focado no atendimento humanizado a todos os pacientes e familiares, principalmente os mais carentes, que necessitam de maior apoio. Por esse motivo a instituição disponibiliza uma equipe multidisciplinar, a fim de oferecer um moderno tratamento oncológico, radioterápico e de integração social dos pacientes. Somado a isso, existe há mais de 15 anos o trabalho do Grupo de Voluntários, que junto aos profissionais, visa estimular os pacientes a recuperarem não apenas a saúde, mas principalmente a autoestima. Também contamos com a colaboração da CAAPAC (Casa de Apoio ao Paciente com Câncer), fundada em junho de 1998, por nós, devido a necessidade de ter um local onde estes pacientes pudessem se alojar durante o tratamento radioterápico e psicológico, realizado em torno de dois meses, diariamente durante a semana. Na época, para desenvolver este trabalho contamos também com um grupo de voluntários que ajudavam no trabalho assistencial junto aos pacientes com câncer.
PB - Quais atividades são desenvolvidas pelos voluntários?
Ana Maria - Cerca de 20 voluntários se revezam nas atividades que acontecem de segunda a quinta-feira, como brincadeiras (bingos), onde são distribuídos utensílios domésticos, produtos de higiene e outros. Também contamos com dois voluntários (Donizete e Toninho), que nas manhãs de quarta-feira, trazem música para animar as salas de espera. Todas as datas festivas, como Páscoa, Dia das Mães e Pais, Junina e Natal, fazemos com os pacientes peças de decoração e lembranças, que são distribuídas no dia das festas, sempre realizadas com lanches, refrigerante, animação e música. Não podemos deixar de citar os voluntários que ficam nos bastidores, que doam alimentos e frutas para os dias úteis do tratamento.
PB - Como influencia a ajuda do voluntário no tratamento e recuperação de pessoas que exigem cuidados especiais?
Ana Maria - Cuidar do emocional dos pacientes faz com eles se sintam mais seguros, e desta forma se estimula as defesas do sistema imunológico para que eles enfrentem com mais confiança o tratamento oncológico, obtendo assim melhores resultados. A atuação do profissional da área da saúde interfere nas questões psicossociais que envolvem a doença, desmistificando e esclarecendo as peculiaridades de cada enfermidade. Quando o diagnóstico é positivo, começa uma luta contra o tempo para agilizar o tratamento. Todo esse processo gera muita angústia e ansiedade, muitas vezes raiva, medo, insegurança. Muitas vezes sem condições financeiras, de saúde, moradia e amor próprio, essas pessoas se sentem assistidas integralmente quando chegam à clínica. O foco principal é mostrar que apesar do câncer, há vida e pode ser de qualidade.
PB - Normalmente, quem desenvolve atividade voluntária sente um enorme prazer em realizar a tarefa. Como você define essa ação de doação e recebimento?
Ana Maria - Cientes de que uma sociedade humanizada e digna não se faz apenas com ideias, mas com atividades concretas, os voluntários estão sempre de prontidão. Saúde é mais que ausência de enfermidade, é poder sentir e desenvolver plenamente a capacidade de ser humano. O objetivo do trabalho dos voluntários em parceria com toda a equipe multidisciplinar é o bem-estar do paciente. É ter comprometimento com a causa, ser acolhedor, e dar amor a quem precisa. E todos sabemos a importância de recebê-lo, principalmente nos momentos mais difíceis.
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