sexta-feira, julho 29, 2011

Tolerância Já - Entrevista Priscila Silva


A internet deixou as pessoas mais intolerantes e imediatistas?


Priscila Silva
- Eu acredito plenamente nisso. Ficamos mais intolerantes, imediatista, pois queremos tudo dentro do tempo existente online. Esse tempo não é real e as pessoas acabam se confundido com isso. O uso da web hoje e para tudo: você não vai mais banco pagar contas, não tem que enfrentar filas, faz suas compras online, controla sua casa, seus filhos. Resolve quase que 50% do seu dia conectado. Então quando esse tempo sai do seu controle, você não sabe como gerir. Fica “perdido” e ai vem a intolerância. Ainda são pessoas que estão por trás das máquinas que fazem a web acontecer, existem falhas e a coisa pode parar. Eu brinco muito, como será o dia que a internet parar? Como as pessoas vão fazer para voltar à vida novamente? A sensação do online e que só sua mente esta lá, mas seu corpo não. E isso não é real.


A noção de tempo e espaço mudou com a internet?


Priscila Silva - Sem duvida que sim. O tempo/espaço na web é bem diferente que na vida real. E as pessoas têm passado muito tempo de suas vidas reais online, e com isso acabam se perdendo nesse tempo/espaço virtual, que não é igual ao real.

Como utilizar a internet de forma equilibrada, sem ficar plugada e/ou dependente da rede o tempo todo?

Priscila Silva - È necessário equilíbrio em tudo na vida e na internet não é diferente. Estar plugada hoje é sinônimo de ser descolada, a frente de seu tempo. Mas é necessário muito cuidado com estar conectado 24 horas do seu tempo, pois a internet é um vício tão perigoso quanto drogas e bebida. Quando você se da conta já não consegue mais se desconectar. Está tão “plugada” que seu corpo precisa estar conectado. Desde que trabalho com internet sempre foi assim. Com chat, Mirc e agora com Facebook. O uso precisa ser moderado e controlado tanto no trabalho, quanto em casa.

Outra questão que considera relevante.
Priscila Silva - A internet traz muitos benefícios e malefícios a nossa vida. A internet é um dos meios mais fáceis de ir a inúmeros lugares em curto espaço de tempo, pois com ela se pode praticar inúmeras atividades simultâneas, procurar emprego, pesquisar preços nos mais diferentes lugares em poucos instantes, além de poder comprar também em alguns lugares com total confiança e garantia de credibilidade. Você já ouviu essa frase em vários lugares, e ela se encaixa perfeitamente nessa nova era: “É inútil mandar um rio parar de correr, a melhor coisa a fazer é aprender a nadar a favor da correnteza”.


Priscila Silva
Gerente de Negócios da Sailorweb - Produtora de Internet
(17) 3222-3264

quinta-feira, julho 28, 2011

Tolerância Já - Entrevista Renato Dias Martino

Renato Dias Martino, psicoterapeuta e escritor, é um dos participante dos programa "Tolerância Já", que veicula a partir de hoje pelo Canal RPTV. Acompanhe os principais tópicos da minha entrevista com ele que você pode conferir no programa.

Como você aborda a tolerância dentro do seu livro?

Prof. Renato Dias Martino - No livro “Para Além da Clínica”, uso o conceito de tolerância como um dos recursos fundamentais para pensar o conceito de “verdade”. A capacidade de tolerar a dúvida é justamente o que pode nos direcionar para a verdade. Quero propor que quando não se é capaz de tolerar, acabamos chamando de verdade algo que está bem distante disso. S. Freud (1856-1939) traz uma importante colaboração quando nos sugere que a tolerância é a base da capacidade de pensar. Para que exista pensamento é necessário que se possa tolerar o impulso que parte do nosso mundo interno.

Como estão relacionados a intolerância, o imediatismo e o consumismo?

Renato Dias Martino - Se pudermos partir de uma tentativa filosófica, poderíamos dizer que, a intolerância é filha do desejo e quando ela não pode ser educada pela esperança é uma grande candidata a converter-se em consumismo. Os convites para nos tornarmos intolerantes estão por todos os lados, não obstante, as oportunidades para desenvolvermos a tolerância são raras. Porém, não podemos deixar de lado a aplicação negativa da tolerância. A tolerância passa a ser nociva ao bom funcionamento mental quando não pode contar com a esperança. Um sujeito tolerante, mas ausente de esperança é alguém acomodado. A intolerância, quando surge numa mente saudável, pode ser um bom sinal. Uma notícia de que algo ameaçador está ocorrendo e que seria prudente se defender.

Você acredita que as pessoas estão mais dispostas ao autoconhecimento e ao desenvolvimento humano?

Renato Dias Martino - Não, não acredito nisso. Essa disposição é muito rara no ser humano atual. Gabamo-nos de sermos animais pensantes, mas na verdade, ainda usamos muito pouco dessa capacidade. Na maioria do tempo agimos muito mais que pensamos e só refletimos sobre nossas ações mais tarde. Ainda teremos que nos dedicar muito para o exercício da autorreflexão para chegarmos a uma real evolução nessa direção.

- Outra questão que considerar relevante relacionado a tolerância.

Renato Dias Martino - A tolerância assim como todos os conceitos que nomeiam nossos sentimentos e experiências emocionais, tem seu lugar adequado dentro do funcionamento mental, por tanto através do autoconhecimento cada um desses conceitos deve encontar sua melhor adequação, sem seu uso indiscriminado.

Prof. Renato Dias Martino
Psicoterapeuta e Escritor
(17)3011-3866
renatodiasmartino@hotmail.com
http://pensar-seasi-mesmo.blogspot.com

segunda-feira, julho 25, 2011

Tolerância Já - Entrevista com Mara Lúcia Madureira

As pessoas estão cada dia mais intolerantes e sem paciência: com o outro, com as diferenças e com as situações do dia a dia. É um absurdo o incidente ocorrido em Marília recentemente, quando um pai e um filho foram confundidos com casal homossexual, e agredidos. Temos que exercitar o fim do preconceito e da intolerância com a opção sexual do outro, com a crença religiosa, com as afinidades, gostos, chegamos ao absurdo de tratar diferente as pessoas pelo seu peso! Não existe fórmula, tem que ser um exercício constante de paciência, respeito e fraternidade, acredito. Acompanhe entrevista com a psicóloga cognitivo-comportamental, Mara Lúcia Madureira, Articulista do Parcerias do Bem, e que participa do programa Tolerância Já(inédito na quinta-feira, às 23h), a esse respeito.

- Como são desenvolvidas nossas intolerâncias?

Mara Lúcia Madureira
- Intolerância é a inabilidade ou má vontade para reconhecer e respeitar as diferentes crenças, ponto de vistas e opiniões, com consequências prejudiciais às vitimas. É produto de preconceitos, da incapacidade para se diferenciar do outro e da crença de que outro deveria ser, pensar e comportar segundo nosso modelo.

A base da intolerância está no aprendizado social, onde se ouve e se vê a discriminação das minorias e, se internaliza um conceito de que aquilo e aqueles que se diferenciam das características do grupo mais próximo não pode ser aceito. A mente se restringe à aceitar somente o que é conhecido e aprende a repudiar o diferente.

- Por que as pessoas estão mais intolerantes atualmente? Isso é um fato ou apenas temos mais informação do que acontece?


Mara Lúcia Madureira - A humanidade sempre foi intolerante. A história nos mostra que discriminação entre grupos étnicos, religiosos, sexistas, etários, estrangeiros, portadores de necessidades especiais, quanto à orientação sexual e entre diferentes classes sócio-econômicas, etc., sempre existiram e só muda a roupagem na contemporaneidade, mas a essência é sempre a mesma.

A diferença que atualmente nos permitimos falar e discutir tais questões publicamente. Os preconceitos e intolerâncias deixaram de ser tabus e, as lutas pela aceitação das diversidades é mais intensa. Há também a questão do acesso à informação, estamos conectados o tempo todo e isso nos coloca mais próximo dos fatos.


- Como desenvolver mais tolerância?

Mara Lúcia Madureira - Aceitar que nossas crenças preconceituosas e nossas atitudes discriminatórias ou até mesmo hostis, nesse sentido, foram aprendidas e fundamentadas num contexto de ignorância e, reconhecer o quão limitadoras e nocivas se tornam ao longo da vida a fim de desenvolver motivação para modificá-las.

A modificação de crenças arraigadas na história de vida de um sujeito, não pode ser modificada imediatamente e de forma simples, mas através do conhecimento, da busca de ajuda e na prática diária atitudes mais dignas e humanitárias.

Se permitir entender as razões do outro é o primeiro passo para se livrar da ignorância que nos leva ao erro de julgar e discriminar aquilo e aqueles que não podemos enxergar por ter a visão limitada à nossas próprias experiências.

Todas as formas de crimes de ódio, preconceitos, discriminação mesmo não seguidos de violência física ou verbal, como o isolamento e exclusão, devem ser criminalizadas e punidas legalmente a fim de tentar fazer prevalecer o respeito aos direitos humanos de qualquer pessoa, sob qualquer hipótese e em qualquer circunstância.

Pessoas idosas, gestantes, com crianças ou com necessidades especiais devem ter seu direito ao atendimento prioritário respeitados na prática, assim como as vagas nos estacionamentos, os lugares nos ônibus e trens, e em todas as circunstâncias.

Os pais precisam aprender valores respeitosos para retransmitir e ensinar seus filhos sobre o respeito à família, ao próximo, ao ser humano em geral, aos animais, ao meio ambiente, à vida e a Deus. Moralidade e ética nas relações nunca fizeram mal a ninguém. A humanidade parece estar se esquecendo da importância de tais valores e a sociedade paga o preço desse pecado.


- Outra questão que achar relevante.

Mara Lúcia Madureira - A intolerância, o preconceito e a discriminação podem produzir conseqüências danosas às vitimas como rebaixamento ou perda da autoestima, instabilidade emocional, transtornos afetivos, problemas de identidade, entre outros.

Cabe às famílias, religiões e escolas ensinar valores mais nobres, dar exemplos de cidadania, civilidade e respeito às crianças. A sociedade precisa educar reproduzir e exigir de seus membros atitudes de respeito, aceitação da diversidade religiosa, orientação e identificação sexual, étnica, esportiva, sócio-cultural, regional, estrangeira, cultural, física e psicológica, entre outras.

Mara Lúcia Madureira
(17) 3234-6425