A maçonaria pode ser definida como uma associação de atuação filosófica, existencial e política. "Muita gente pensa que a Maçonaria é ateia. Ledo engano, a Maçonaria não aceita ateus. Entretanto, ela não é uma religião. É uma sociedade de homens livres, de livres pensadores, e aceita homens de todas as denominações religiosas", comenta o jornalista e historiador Lelé Arantes, autor do livro sobre a história da Loja Cosmos de Rio Preto, recentemente lançado pela THS Editora. O que a Maçonaria revela ao público é aquilo que pode ser revelado, e a publicação desse livro não revela nada interno da maçonaria, garante o historiador. "Apenas registra e torna público aquilo que a loja Cosmos fez pela cidade, e sua participação na história de Rio Preto".
Acompanhe entrevista na íntegra com Lelé Arantes para revista Parcerias do Bem(editada por mim), com registro publicado na edição de outubro.
Parcerias do Bem - A maçonaria pode ser definida como uma associação de atuação filosófica, existencial e política?
Lelé Arantes - Exatamente. Muita gente pensa que a Maçonaria é ateia. Ledo engano, a Maçonaria não aceita ateus. Entretanto, ela não é uma religião. Ela é uma sociedade de homens livres, de livres pensadores, e aceita homens de todas as denominações religiões
PB - O que é ser é um "Homem de bem", como vocês se definem?
LA - Não é bem este termo. Os maçons se definem como homens livres e de bons costumes. Claro que no âmago dessa definição está ser um homem de bem, um homem do bem. O objetivo da maçonaria é fazer com que seus membros se tornem homens melhores porque, sendo melhores, maios esclarecidos, menos ignorantes, eles poderão transformar a sociedade para melhor, melhorar a vida da humanidade.
PB - Qual o papel do simbolismo e dos rituais, muito utilizados na teoria filosófica da maçonaria, para o ser humano?
LA - Os símbolos e os rituais da maçonaria são de ordem interna da Ordem e não me é dada a faculdade de divulgá-los.
PB - Como vocês praticam os conceitos filosóficos e metafísicos da maçonaria no dia a dia. Pode dar exemplos?
LA - Atuando na sociedade com decência e dignidade, respeitando as pessoas, as leis, a ordem estabelecida, defendendo a democracia e convidando as pessoas á reflexão sobre os graves problemas nacionais, estaduais, regionais e municipais. Participando diretamente da vida social, cultural e econômica. Boa parte dos membros da maçonaria ocupam cargos importantes em todos os segmentos organizados da sociedade. Não que eles sejam indicados pela maçonaria, mas são escolhidos em função da sua postura na sociedade e essa postura muitas vezes é fruto e conseqüência de sua atuação na maçonaria.
PB - Na maçonaria vocês ocupam diferentes posicionamentos, de acordo com o grau de aprendizado. Qual o grau máximo da maçonaria, e como seria ou é, a pessoa que consegue atingí-lo?
LA - Todos os maçons são iguais em seus direitos e deveres. A ordem tem três graus universais: 1 (aprendiz), 2 (companheiro) e 3 (mestre maçom). Este é o maior grau da Maçonaria em todo o mundo. Por outro lado, temos os graus filosóficos que vão do grau 4 ao 33. Entretanto, nenhum desses graus filosóficos são maiores que o grau 3. Os graus filosóficos são uma espécie de “pós-graduação” do mundo profano, guardadas todas as proporções.
PB - Nos últimos anos a maçonaria tem se posicionado de uma maneira menos hermética. A publicação deste livro mesmo, é uma prova disso. Porquê a maçonaria resolveu ter uma atuação mais transparente?
LA - Os símbolos, os ritos e os ensinamentos maçônicos continuam hermeticamente secreto e protegidos. O que a Maçonaria revela ao público é aquilo que pode ser revelado. A publicação desse livro não revela nada interno da maçonaria, apenas registra e torna público aquilo que a loja Cosmos fez pela cidade, sua participação na história de São José do Rio Preto.
PB - Vários maçons estão na história: George Washington, Mozart, Dom Pedro I, Hugo Chávez, e outros que, sempre estiveram "infiltrados" nos mais diversos segmentos, em geral, em posições de poder. A força e a atuação da maçonaria continuam decisivas?
LA - Os Estados Unidos, apesar da forte predominância do puritanismo, é uma República Maçônica. Os maçons estão espalhados pela história das nações. Muitos jamais revelaram sua condição de maçom. Muitos maçons esperam ser identificados por seus pares antes de se revelar nos toques e sinais. Tem muitos maçons que estão fora da maçonaria seja por opção profissional, seja por expulsão. Esses que são expulsos também conhecem os segredos e podem usá-los de maneira não adequada, enganando os irmãos, usando de forma errada os ensinamentos da ordem. Assim como temos maus pastores e péssimos padres, temos também maçons que se não são dignos da ordem, estes, quando detectados são expulsos, vão para o livro negro.
PB - Quem foram ou são os homens mais poderosos da maçonaria em Rio Preto?
LA - Muitos homens foram fortes e poderosos na maçonaria rio-pretenses. E muitos o são. Pedro Amaral, Adolpho Guimarães Correa, Belmiro Gomes, Luiz Germano, Vicente Filizola, Felipe Huffembaecher, Octavio Collus, Orlando de Arruda Barbatto, Arthur Nonato, Alberto Naffah, Demétrio Elias Cabbaz, Pedro Rodrigues de Almeida, Alberto Andaló, Milton Ferreira Dias e muitos outros. Estou falando de pessoas que passaram pela Loja Cosmos. Existem outras 14 lojas na cidade. Atualmente temos muitos maçons fortes e respeitados na cidade como Alberto Bianchi, Odival Jana, Edmo Gabriel, Capitão Mineiro, Antonio Florido, coronel Padilha, Nicanor Batista Junior, Neon de Mello e Oliveira, Mauricio Bellodi, Jayme do Amaral e Silva, Artur de Azevedo Bastos, Nelson Pappa, Romildo Bolini, Roberto Antoniassi, Romiro Pedro da Silva, Flavio Amaro da Silva, Toufic Anbar Neto... Enfim, um grande exército do bem, descendentes dos Cavaleiros Templários como gostam de acreditar os historiadores maçônicos. Saiba que a Maçonaria tem literatura própria, com milhares de títulos de livros publicados.
4 comentários:
Ola colega,
Sou jornalista e escritor em Maringá-PR e vou linkar esse comentário sobre a maçonaria no portal de notícias www.jornalaeroporto.com.br. Se quiser, em acompanhe em meu twitter: www.twitter.com/jornalistajc.
Abraços
ok, Joel. Legal. Também estamos no Twitter.
abs
Soraya
Muito bom você ter criado o seu blog. Estamos todos na onda do século 21. Eu, que acompanho a escrita desde virada do século 19 para o século 20, acho o maior barato ver tudo isso acontecendo. Lá no futuro, quem sabe, vamos olharv para trás e dizer: não acredito!!!
O anônimo é o Lelé Arantes, jornalista.
Postar um comentário