Pensando na indagação de Friedrich Nietzsche: "Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade?", influente filósofo alemão do século XIX, a RPTV lança a partir desta semana a série Personalidades. Programa com meia hora de duração, uma espécie de documentário, com o objetivo de mostrar biografias de pessoas que merecem destaque em diferentes áreas de realização e do conhecimento humano. A primeira personalidade retratada é o odontologista Nássere Rácy Aydar, que traz em seu "currículo", entre outras coisas, 5 7 anos de profissão e o carinho e a admiração de seus clientes e amigos como um exemplo de vida. O programa estréia neste sábado (24), às 13h e 20h30, e tem a assinatura do diretor comercial do canal, Marcus Barboza, e minha, no roteiro e produção.
"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original", Albert Einstein
quinta-feira, setembro 22, 2011
quinta-feira, setembro 08, 2011
A ÉTICA NAS RELAÇÕES HUMANAS
“O homem que vive pela razão não vive guiado pelo medo, deseja fazer o que é melhor para todos até mesmo através das leis do Estado, viver livremente” (Espinoza)
Mara Lúcia Madureira
A palavra ética deriva do grego ethos, que significa caráter, modo de ser de uma pessoa. Traduzido para o latim (minha morada), o termo designa a reflexão sobre os fundamentos da moral, regras e princípios que orientam a conduta humana e determinam os comportamentos socialmente aceitáveis, a fim de garantir um sistema de valores que permita a concordância entre os membros de um grupo para alcançar o bem individual, do grupo e o bom funcionamento social.
A ética e a moralidade não características naturais do ser humano. Não nascemos dotados de uma consciência crítica sobre justiça, bondade e beleza. Ao contrário, nossos instintos são basicamente egoístas, voltados para os prazeres, satisfação de necessidades pessoais e geralmente, agressivos. Aprendemos e internalizamos os valores morais a partir da educação familiar e institucional pautadas nos modelos de autoridade que nos apresentam as normas de conduta e nos obrigam a praticá-los.
Tornamo-nos sujeitos morais e éticos a partir da compreensão de que a existência individual é uma experiência de convívio, quando valorizamos as relações interpessoais e o bem estar comum, quando aprendemos submeter espontaneamente nossos interesses subjetivos e individuais aos interesses objetivos da coletividade.
A livre aceitação das normas e valores socialmente impostos difere da alienação quando existe a criticidade e o reconhecimento da validade de tais regras de conduta como meio para se alcançar o bem geral. Se por um lado, a não sujeição às normas preestabelecidas originam os conflitos e a manifestação de comportamentos transgressores, por outro, a submissão irrefletida às regras prontas, tolhe a liberdade de questionamento e impede as transformações sociais.
A felicidade reside na assimilação e cumprimento das normas e valores vigentes para desenvolver a harmonia nas interações pessoais e com o ambiente, para fazer escolhas sensatas, desejar o bem para si, buscar a satisfação e realização pessoais sem causar prejuízos para o outro, para o grupo, para a comunidade, sociedade e para o planeta.
O equilíbrio requer o refreamento dos impulsos e desejos individualistas em favor do grupo, a renúncia às ações egoístas e que nos levam a usar pessoas e coisas como meio para alcançar objetivos pessoais, aprendizagem e prática do respeito aos direitos humanos e priorização do bem estar social.
A família é o primeiro mais poderoso grupo de influências, experimentação e aprendizagem dos valores que conduzirão as ações de um indivíduo durante toda a vida, porém, não é o único. A escola, as amizades, a mídia, literatura, a política, entre outros fatores, também contribuem para estruturação ou desestruturação das bases morais constituintes da personalidade de uma pessoa. No contexto familiar original se elaboram as dimensões significativas da interação, se internaliza valores morais como senso de justiça, bondade, amor, solidariedade, cooperação, alteridade, dignidade, respeito e outros aspectos fundamentais para estruturação psíquica de pessoas sadias e socialmente ajustadas.
Para possibilitar o desenvolvimento cidadãos normais, a família deve contar com figuras de autoridade comprometidas com a educação, capazes de oferecer modelos adequados de conduta e de exigir o cumprimento das regras pelos mais jovens, a fim de manter o respeito e a ordem do grupo e difundir tais ações em contextos mais abrangentes.
Assim como nas famílias, onde as regras são elaboradas e transmitidas independentes e até contra a vontade dos filhos, as regras sociais são constituídas pela história e pela cultura e impostas pela força das autoridades institucionais aos indivíduos pertencentes a determinadas comunidades a fim de lhes esclarecer os padrões de conduta que deverão seguir para se sentirem membros legítimos de tais grupos.
Até certo ponto é preciso aceitar as imposições para manutenção da ordem. A partir do conhecimento exato, o indivíduo se capacita para modificar sua concepção e seus comportamentos, adquire subsídios para transformar a realidade quando esta não oferece condições de vida digna, quando os valores são corrompidos e existe abuso de poder.
A ética só pode ser exercida onde houver consciência crítica. Indivíduos acomodados preferem agir por força do hábito, seguem os costumes sem questionar a realidade sócio-econômica, política e cultural e se acostumam a conviver com toda sorte de misérias, injustiças e desrespeito.
A ética se define por valores incorporados às culturas e se expressa no dever de praticar o bem em todas as formas de relacionamentos interpessoais e ambientais. A ética nas relações sociais assume proporções mais expressivas, envolve questões políticas e requer competência do povo para eleger representantes governamentais decentes e exigir deles honestidade e o cumprimento de propostas para melhoria das condições de vida de seus eleitores, aumento da justiça e distribuição igualitária de poder e oportunidades.
Somente através de um sistema educacional democrático e eficiente será possível desenvolver cidadãos críticos, solidários e mais engajados em causas sociais verdadeiramente justas, dispostos a combater a dissimulação ideológica de políticos corruptos e da mídia mercadológica, determinados a destituir forças dominantes opressoras estabelecidas nas estruturas sociais e econômicas.
Pessoas educadas são capazes de refutar ofertas absurdas de consumo desordenado de moda, beleza, juventude, saúde, tecnologia e outras ilusões que enriquecem pequenos grupos globais em detrimento das maiorias isoladas na pobreza e precariedade social.
A reflexão crítica e a prática do bem alteram forças desagregadoras e competitivas para a coesão de esforços no sentido de promover a dignidade igualitária entre os povos, construir um mundo mais justo e conferir mais lirismo à existência humana.
Mara Lúcia Madureira
Psicóloga Comportamental-cognitivo
(17) 3234-6425
Mara Lúcia Madureira
A palavra ética deriva do grego ethos, que significa caráter, modo de ser de uma pessoa. Traduzido para o latim (minha morada), o termo designa a reflexão sobre os fundamentos da moral, regras e princípios que orientam a conduta humana e determinam os comportamentos socialmente aceitáveis, a fim de garantir um sistema de valores que permita a concordância entre os membros de um grupo para alcançar o bem individual, do grupo e o bom funcionamento social.
A ética e a moralidade não características naturais do ser humano. Não nascemos dotados de uma consciência crítica sobre justiça, bondade e beleza. Ao contrário, nossos instintos são basicamente egoístas, voltados para os prazeres, satisfação de necessidades pessoais e geralmente, agressivos. Aprendemos e internalizamos os valores morais a partir da educação familiar e institucional pautadas nos modelos de autoridade que nos apresentam as normas de conduta e nos obrigam a praticá-los.
Tornamo-nos sujeitos morais e éticos a partir da compreensão de que a existência individual é uma experiência de convívio, quando valorizamos as relações interpessoais e o bem estar comum, quando aprendemos submeter espontaneamente nossos interesses subjetivos e individuais aos interesses objetivos da coletividade.
A livre aceitação das normas e valores socialmente impostos difere da alienação quando existe a criticidade e o reconhecimento da validade de tais regras de conduta como meio para se alcançar o bem geral. Se por um lado, a não sujeição às normas preestabelecidas originam os conflitos e a manifestação de comportamentos transgressores, por outro, a submissão irrefletida às regras prontas, tolhe a liberdade de questionamento e impede as transformações sociais.
A felicidade reside na assimilação e cumprimento das normas e valores vigentes para desenvolver a harmonia nas interações pessoais e com o ambiente, para fazer escolhas sensatas, desejar o bem para si, buscar a satisfação e realização pessoais sem causar prejuízos para o outro, para o grupo, para a comunidade, sociedade e para o planeta.
O equilíbrio requer o refreamento dos impulsos e desejos individualistas em favor do grupo, a renúncia às ações egoístas e que nos levam a usar pessoas e coisas como meio para alcançar objetivos pessoais, aprendizagem e prática do respeito aos direitos humanos e priorização do bem estar social.
A família é o primeiro mais poderoso grupo de influências, experimentação e aprendizagem dos valores que conduzirão as ações de um indivíduo durante toda a vida, porém, não é o único. A escola, as amizades, a mídia, literatura, a política, entre outros fatores, também contribuem para estruturação ou desestruturação das bases morais constituintes da personalidade de uma pessoa. No contexto familiar original se elaboram as dimensões significativas da interação, se internaliza valores morais como senso de justiça, bondade, amor, solidariedade, cooperação, alteridade, dignidade, respeito e outros aspectos fundamentais para estruturação psíquica de pessoas sadias e socialmente ajustadas.
Para possibilitar o desenvolvimento cidadãos normais, a família deve contar com figuras de autoridade comprometidas com a educação, capazes de oferecer modelos adequados de conduta e de exigir o cumprimento das regras pelos mais jovens, a fim de manter o respeito e a ordem do grupo e difundir tais ações em contextos mais abrangentes.
Assim como nas famílias, onde as regras são elaboradas e transmitidas independentes e até contra a vontade dos filhos, as regras sociais são constituídas pela história e pela cultura e impostas pela força das autoridades institucionais aos indivíduos pertencentes a determinadas comunidades a fim de lhes esclarecer os padrões de conduta que deverão seguir para se sentirem membros legítimos de tais grupos.
Até certo ponto é preciso aceitar as imposições para manutenção da ordem. A partir do conhecimento exato, o indivíduo se capacita para modificar sua concepção e seus comportamentos, adquire subsídios para transformar a realidade quando esta não oferece condições de vida digna, quando os valores são corrompidos e existe abuso de poder.
A ética só pode ser exercida onde houver consciência crítica. Indivíduos acomodados preferem agir por força do hábito, seguem os costumes sem questionar a realidade sócio-econômica, política e cultural e se acostumam a conviver com toda sorte de misérias, injustiças e desrespeito.
A ética se define por valores incorporados às culturas e se expressa no dever de praticar o bem em todas as formas de relacionamentos interpessoais e ambientais. A ética nas relações sociais assume proporções mais expressivas, envolve questões políticas e requer competência do povo para eleger representantes governamentais decentes e exigir deles honestidade e o cumprimento de propostas para melhoria das condições de vida de seus eleitores, aumento da justiça e distribuição igualitária de poder e oportunidades.
Somente através de um sistema educacional democrático e eficiente será possível desenvolver cidadãos críticos, solidários e mais engajados em causas sociais verdadeiramente justas, dispostos a combater a dissimulação ideológica de políticos corruptos e da mídia mercadológica, determinados a destituir forças dominantes opressoras estabelecidas nas estruturas sociais e econômicas.
Pessoas educadas são capazes de refutar ofertas absurdas de consumo desordenado de moda, beleza, juventude, saúde, tecnologia e outras ilusões que enriquecem pequenos grupos globais em detrimento das maiorias isoladas na pobreza e precariedade social.
A reflexão crítica e a prática do bem alteram forças desagregadoras e competitivas para a coesão de esforços no sentido de promover a dignidade igualitária entre os povos, construir um mundo mais justo e conferir mais lirismo à existência humana.
Mara Lúcia Madureira
Psicóloga Comportamental-cognitivo
(17) 3234-6425
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